1 ano atrás...
*Justin*
- EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ FEZ ISSO! – Berrou Jullie.
- Você não sabe! – Respondi.
- Nunca mais eu vou olhar na sua cara, NUNCA MAIS!
-Jullie quer parar com isso, por favor?!
-Parar com o que Justin? EU não fiz nada!
Quando ela disse isso, eu me lembrei o porquê de estar-mos brigando. Jullie era minha melhor amiga, mas mesmo assim eu gostava dela de um jeito diferente... Simplesmente não consigo encontrar palavras pra descrever o que eu sinto por ela.
Bom, ela não sabe que eu a amo, e ela está namorando, bom, pelo menos estava até eu dar um soco na cara daquele idiota. Ah! Eu ainda não disse pra ela por que eu bati nele...
- Jullie, eu só bati no nele porque eu...
- Você o que Justin? Fala logo!
- Por que eu o vi beijando a Kate! Foi por isso que eu bati nele! Juro por Deus que eu estou falando a verdade Jullie.
- o Liam fez o que? Não! Ele jamais faria isso comigo! Não! – Jullie começou a chorar e eu me arrependi de ter contado a ela.
Fui até ela e a abracei.
- Jullie, o Liam nunca te mereceu. Ele não presta e eu nunca fui com a cara dele. Por favor, ele não merece as suas lagrimas!
- EU VOU MATAR ELE! VOU MATAR OS DOIS! ELE E A KATE! COMO ELES PUDERAM FAZER ISSO COMIGO JUSTIN, COMO? – ela estava começando a se desesperar.
- Shii, Jullie, calma...
- Eu não quero ficar calma! Eu quero matar eles!
Eu a abracei novamente até ela se acalmar.
- Vou ligar pra sua mãe e avisar que você vai dormir aqui. Não quero que você saia atrás dele.
Ela apenas balançou a cabeça concordando.
- Vai tomar um banho, relaxar. Vou ligar pra sua mãe e já volto.
*Jullie*
E de uma hora para outra, eu perdi meu chão.
Eu estava discutindo com Justin porque ele havia batido em Liam, e ele terminou comigo. Então Justin me disse por que ele bateu no Liam. Eu não queria acreditar. Como o Liam e a Kate podiam fazer isso comigo? Não podia ser verdade. Justin devia estar brincando comigo. Mas agora que entre mim e Liam está tudo acabado, os motivos não importam mais.
Então eu ouvi uma batida na minha porta. Eu já havia tomado banho e me trocado.
- Quem é? – Perguntei, mesmo sabendo a resposta, tinha certeza que era o Justin.
- Adivinha!
-Justin! Para de graça e entra logo!
Ele entrou e veio se sentar ao meu lado
- Como você está? – ele perguntou preocupado.
Encostei a cabeça em seu ombro e respondi com sinceridade.
- Parece que eu estou prestes a cair de um precipício. Como se não fosse verdade.
- Eu sinto muito. – ele disse me abraçando- Não queria que você passasse por isso.
- Obrigada por tudo Justin. Você é o melhor amigo que uma garota poderia ter.
- Estarei aqui sempre que você precisar.
*Justin*
“Você é o melhor amigo que uma garota poderia ter.”
Um amigo. Eu sempre serei só amigo para ela. Estranho como isso me machuca. Jamais vou sentir por outra pessoa o que eu sinto pela Jullie. Ver ela triste por outro homem, é a pior coisa do mundo. Queria tanto ver um sorriso no rosto dela.
Então comecei a fazer cócegas nela.
Ela começou a rir desesperadamente.
- Justin! Para com isso idiota! Ai! Hahahahahaha. PARAAAA!
Parei um instante para ela tomar fôlego.
- Aleluia, pensei que você não ia parar nunca!
- Pensou errado, mal comecei.
Continuei fazendo cócegas nela. Então ela pegou um travesseiro e me bateu.
- Hey! É guerra então?
- GUERRA DE TRAVESSEIRO!
A gente passou a noite se batendo com o travesseiro. Até nos dois pegarmos no sono e dormir no chão. No meio de vários travesseiro e penas.
7 meses depois...
- AAAAAAAAAAAAh! Justin! Pelo amor de Deus, me põe no chão!
Ela continuava gritando, as pessoas em volta estavam nos olhando como se a gente fosse louco.
- Jullie, para de gritar, ta todo mundo olhando!
-Justin, me põe no chão que eu não grito mais!
-Só com uma condição!- eu disse sorrindo – você me beija e eu te coloco no chão.
Ela me deu um beijo na bochecha.
-É... Já vi que você não quer mesmo descer né Jullie?
-Justin... Por favor me põe no chão!
-Não entendo... Qual o problema de você beijar o seu namorado? – eu disse com uma cara de confuso.
Pois é, eu e Jullie estamos namorando a, 5 meses.
Ela riu e me beijou.
Confesso que sempre que nós nos beijamos, eu esqueço que o resto do mundo existe. É como se tudo sumisse, como se só existisse eu e ela.
- Pronto, já te beijei, agora, Justin, amor da minha vida, pelo amor de Deus, me põe no chão?
- Com você pedindo assim, não tem como negar.
A coloquei no chão e a abracei pela cintura.
- Vamos tomar sorvete, hoje ta muito calor.
- Ta... Mas você paga, Justin.
- E quando eu deixei você pagar alguma coisa?
- Humm... Eu sei, só queria deixar avisado.
- Aham, sei. Vamos logo, antes que eu derreta de tanto calor!
-Dramático.
Peguei na mão delas e fomos até a sorveteria. Não era muito longe, então fomos andando.
Chegando lá, a Jullie pediu um sundae de morango com creme, e eu pedi o mesmo.
Entre brincadeiras de sujar o outro com sorvete, terminamos de comer, eu paguei a conta e nós íamos para casa, tudo aconteceu em câmera lenta.
*Jullie*
Eu estava feliz. De verdade. Graças ao Justin.
A gente acabou de tomar sorvete, Justin se esqueceu de limpar a testa, tem um pouco do sorvete que eu joguei nele. Quando eu ia lhe lembrar que sua testa estava suja, aconteceu o inesperado.
Em nossa direção, vinha um carro em alta velocidade, não daria tempo de nós sairmos do caminho!
A ultima coisa de que me lembro, foi do barulho, da dor, da escuridão, e a voz de Justin gritando meu nome.
*Justin*
O carro veio desgovernado e atingiria em cheio Jullie, eu não podia fazer nada, não daria tempo!
Ele veio e eu pude ouvir o barulho do impacto. Eu também ouvi o grito de Jullie e fui ajudá-la.
-Jullie! Jullie! – Eu gritava em desespero.
Eu não podia deixar alguma coisa acontecer a ela.
Eu vi o motorista tentar fugir, mas como tinha gente na rua, algumas pessoas o impediram de fugir. Vi uma moça com o celular na orelha, acho que ela ligou pra emergência. Mas não importava, eu só tinha que ver se ela estava bem, só o que importa agora é a Jullie.
Finalmente consegui chegar até ela.
-Jullie, Jullie! Pelo amor de Deus, fala comigo, Jullie abra os olhos. Por favor...
Ela estava desacordada. Ela não podia morrer. NÃO!
A ambulância chegou, e foi preciso dois policias fortões para me tirar dali. Eu estava em choque, eu não podia perder a Jullie. Isso não podia estar acontecendo.
Eles perguntaram o que eu era dela, respondi que era o namorado dela. Então eles me deixaram entrar com ela na ambulância.
Chegando ao hospital ela foi para a emergência, ela tinha muitas fraturas e estava em estado grave. Ela corria risco de morte.
As lágrimas começaram a escorrer por meu rosto. Ela não podia me deixar assim. Eu não podia ficar sem ela, só de imaginar essa possibilidade, de ela me deixar, meu coração doía e minha cabeça parecia que ia explodir de tanta dor.
Eles conseguiram o numero da mãe de Jullie, quando ela me viu chorando, veio correndo perguntar o que tinha acontecido. Onde estava Jullie e por que eu estava chorando tanto.
-Ela sofreu um acidente quando nós íamos saindo da sorveteria. Um carro em alta velocidade veio na nossa direção, e... A Jullie... Bom, ela desmaiou, e eles a trouxeram para cá. Ela tem muitas fraturas devido à batida, e ela... SenhoraStewart, a Jullie corre risco de vida.
Quando eu terminei de contar, a mãe de Jullie começou a gritar e chorar, dizendo que a Jullie não podia morrer.
Era minha dor, e a dor dela, nós dois em desespero pela idéia de perder a Jullie.
Algumas horas depois, quando a mãe de Jullie já estava mais calma,devido a remédios que um enfermeira lhe deu, o medico veio falar conosco.
-Bom, quem é o responsável pela Senhorita Jullie Stewart?
-Somos nós, Doutor – eu levantei ao lhe responder.
- E o que vocês são dela?
-Eu sou o namorado dela, e aquela ali é a mãe dela. O Senhor poderia falar para mim como a Jullie esta? A mãe dela acabou de tomar um calmante e eu não quero que ela fique muito nervosa.
-Ah, tudo bem. Bom a Senhorita Stewart, devido à gravidade do acidente, ela agora esta em coma. Eu lamento.
Ele me disse aquilo, e meu mundo desabou por completo. As lagrimas voltaram, e eu não conseguia reprimi-las. Ela estava em coma, e ninguém podia ajudar ela.
5 meses depois...
Eu estava no quarto de Jullie, já se passava 5 meses desde que o acidente aconteceu.
Os médicos disseram que se ela não acordar até amanhã as 16h00min, eles vão desligar os aparelhos. Eles não podem matar a Jullie. Ela ainda está viva! Isso seria assassinato, não é? Eu até cheguei a perguntar isso aos médicos, mas eles disseram que não, que é melhor desligar os aparelhos. Que não havia mais chances de ela acordar.
Eu peguei na mão dela e sussurrei em seu ouvido.
- Jullie, você não sabe a falta que te ver rindo e pulando me faz. Você não sabe a falta que você me faz. Eu queria tanto te ver sorrir de novo... Jullie, você sempre foi uma garota tão forte. Porque tinha que te acontecer isso? É tão injusto isso. Todos nós estamos sentido sua falta, eu, a sua mãe e o seu pai, seu irmão, o pessoal do colégio, todo mundo.
De repente eu não conseguia mais falar, as lagrimas escorriam por meu rosto. Eu simplesmente não conseguia reprimi-las.
Eu não conseguia parar de chorar, só de pensar que amanhã eles vão desligar os aparelhos... Eu não conseguia acreditar.
Então quando eu ia lhe dar um beijo na testa e sair do quarto, eu senti uma leve preção na minha mão, a mão que estava segurando a mão de Jullie.
-Jullie, Jullie! Amor, você está me escutando? Jullie, se você tiver me ouvindo, aperta minha mão de novo, Jullie!
Ela apertou levemente minha mão.
-Jullie!
Quando eu disse seu nome, os olhos dela tremeram, ela abriu os olhos, olhou pra mim e sorriu.
*Jullie*
Eu senti o impacto, e alguma vozes ao fundo. Eu ouvi o Justin gritando meu nome. Depois eu ouvi algumas pessoas falando muito rápido, algumas gritavam para que saíssem do caminho, gritavam que eles precisavam salvá-la. Mas, salvar a quem? A mim? Estranho, eu me sentia bem, até sentir uma forte dor em minha cabeça, e tudo ficar escuro, eu estava caindo na escuridão.
De repente foi como se tivessem me puxado de um lugar muito fundo e escuro.
Eu abri os olhos e pude ver tudo de cima.
Havia vários médicos trabalhando em cima de um corpo, estranho como eu estava vendo a cena de um angulo diferente, eu estava acima dos médicos.
Quando eu me aproximei para olhar, era eu. Era eu o corpo em cima daquela mesa. Eles estavam tentando me ressuscitar. Eles tinham que conseguir, mas porque eu não estava acordando? Eu não podia deixar o Justin... Justin!
Não,não,não,não!
Eu não podia deixar ele, nem meus pais, meu irmão, minha família, NÃO!
Eu tenho que voltar... Mas, como?
Decidi tentar voltar pro meu corpo, não funcionou.
Então eu ouvi uma vozes.
Era Justin e minha mãe, decidi procurar por eles.
Eu os encontrei perto de onde meu corpo estava, os médicos ainda trabalhavam nele, tentando reanimá-lo. Cheguei mais perto de minha mãe, ela estava rezando, minha mãe sempre foi muito religiosa, espero que as orações dela não sejam em vão. Justin estava sentado em outro banco, sentei-me ao seu lado e percebi que ele chorava. Ele também estava rezando, mas do jeito dele.
“Senhor, não deixa a Jullie ir embora, por favor. Eu só lhe peço isso. Salva a Jullie.”
Então eu senti um leve puxão. E depois mais forte. Eu estava sendo arrastada para a sala onde meu corpo estava, eu estava voltando, graças a Deus!
Então eu voltei a ouvir, mas ainda estava no escuro, pelo mesmo eu sabia que eu estava viva e no meu corpo.
Aí eu ouvi os médicos dizendo que desligariam os aparelhos se eu não acordasse até o dia seguinte. No inicio, essas palavras não faziam muito sentido para mim, então eu realmente entendi. Se eu não abrisse os olhos, ficaria com eles fechados para sempre. Eu morreria. Eu não teria outra chance.
Entrei em desespero, como meus pais puderam deixar eles tomarem essa decisão!? E Justin? Ele não tentou nada para impedir isso?
Então eu ouvi a porta se abrindo.
E logo depois um leve toque em minha mão. E um sussurro:
“Jullie, você não sabe a falta que te ver rindo e pulando me faz. Você não sabe a falta que você me faz. Eu queria tanto te ver sorrir de novo... Jullie, você sempre foi uma garota tão forte. Porque tinha que te acontecer isso? É tão injusto isso. Todos nós estamos sentido sua falta, eu, a sua mãe e o seu pai, seu irmão, o pessoal do colégio, todo mundo.”
Era Justin. Eu podia ouvir seu choro. Eu tinha que acordar, eu não podia deixar Justin, minha família, meus amigos!
Tentei me mexer. Nada. Tentei de novo. Nada ainda. Decidi escolher um especifico músculo para mexer. Consegui. A mão de Justin ainda segurava a minha, tentei mexer a mão que ele segurava. Graças a Deus! Consegui!
“Jullie, Jullie! Amor, você está me escutando? Jullie, se você tiver me ouvindo, aperta minha mão de novo, Jullie!”
Tentei fazer o que ele me disse.
“Jullie!”
Abri os olhos e encontrei aquele caloroso par de olhos castanhos. Não pude deixar de sorrir.
*Justin*
-Justin. – foi a primeira coisa que ela disse. Eu não podia acreditar, Jullie estava acordada, ela ia viver!
Eu estava chorando, e em 5 meses, era a primeira vez que as lagrimas eram de alegria.
Abracei-a forte, querendo nunca mais solta-la.
-Jullie, Jullie, Jullie, Jullie!- a cada vez que eu dizia seu nome, eu dava um selinho nela. Parecia um sonho, a princesa finalmente acordou.
-Justin- ela repetiu novamente meu nome. Sua voz estava rouca, pelo fato de ela ter ficado 5 meses sem nada dizer – Justin, por quanto tempo eu apaguei? Onde estão meus pais? E meu irmão?
-Calma! Você ficou 5 meses em coma, e a sua família ta na cantina.
-5 meses? E por que diabos os médicos queriam desligar essas porcarias de aparelhos?
Ela mal tinha acordado e já estava brava, mau sinal.
-Eles disseram que não podiam te deixar aqui!
-Tudo bem, não vou discutir, afinal, eu estou aqui há 5 meses... E bem... Eu quero sair logo daqui. Tenho muitas coisas pra falar com você, Justin.
Gelei.
-Tudo bem. Vou avisar os médicos e a sua família que você acordou.
Dei um beijo no alto de sua testa e sai.
Ela disse que tem que falar comigo... Será que ela quer terminar comigo? Será que ela acha que eu sou o culpado pelo acidente?
Calma, respira. Não deve ser nada tão serio assim... Tomara que não seja nada.
Fui até a cantina contar a mãe dela que ela realmente havia acordado, mas pelas lagrimas e pelo sorriso que estava no rosto da mãe de Jullie, ela já sabia.
Ela veio me abraçar.
-Ah Justin! Eu nem acredito, ela acordou mesmo? Como ela esta? Ela falou com você?
-Falou sim, ela está bem sim, e já até perguntou porque iam desligar os aparelhos!
-Você contou a ela?
- Não ela acordou me perguntando, acho que ela deve ter ouvido, e por isso acordou.
- É, pode ser isso também. Faz um favor pra mim querido?
-Claro, pode falar.
-Liga pra sua mãe e avisa que a Jullie acordou? Ela saiu faz dez minutos e ela me pedira pra avisar sobre qualquer novidade.
- Eu estava indo para casa, preciso tomar um banho e cair na cama. Então mais tarde eu volto. Qualquer coisa é só me ligar.
-Tudo bem então. Tchau querido.
- Ate mais tarde Senhora Stewart.
Peguei um táxi e fui para casa, tomei um banho e praticamente desmaiei na cama. Nada como um bom sono depois de um dia cheio, mais tarde eu voltaria para o hospital, afinal como ela mesma disse, Jullie e eu precisamos conversar.
*Jullie*
Justin e eu precisamos conversar. Nem acredito que se passaram cinco meses. Como estava a nossa relação? Ele encontrou outra garota? Ele ainda gosta de mim? Será que tudo continua como era antes do acidente? E o motorista que me atropelou? O que aconteceu com ele? Ele foi preso?
Tantas perguntas... e nenhuma resposta. Será que ninguém vai vir me ver? Ouvi passos no corredor, em seguida uma leve batida na porta, e a voz de minha mãe perguntando se ela poderia entrar.
-Claro mãe, entre.
-Ah filha, nem acredito que você acordou. Quando eu fiquei sabendo, quase morri de tanta felicidade! Ah minha filha!
Ela ia dizendo e vindo me abraçar, varias lagrimas escorriam pelo rosto dela. Era tão bom ver minha mãe novamente.
-Ah mãe, nem acredito que eu passei cinco meses apagada, bem que a senhora disse que eu tinha o sono pesado hein. Agora que eu já tirei meu sono de beleza, quero sair daqui o mais rápido possível!
Ela riu de minha tentativa de fazer piada do assunto.
-Bom Jullie, eu ainda tenho que falar com os médicos, e eu acho que você terá de fazer vários exames, você pode ate ficar com algumas seqüelas devido o acidente, mas antes de pensar nessas coisas, temos que falar com os médicos e ter certeza de que você ficara bem!
Seqüelas, eu posso ter seqüelas, e mais uma vez, senti tudo ao meu redor girar e meu chão desmoronar. Era demais para um único dia.
Acordei com um lindo par de olhos cor de mel me olhando de perto.
-Bom dia Jullie, como você esta?
-Justin! O que você faz aqui?
-Sua mãe me ligou pedindo para eu passar a noite aqui para você não ficar sozinha, então eu vim.
- Não precisava Justin. Eu nunca pediria que você passasse a noite aqui, você deve estar cansado, volta pra casa que daqui a pouco eu vou dormir de novo e depois minha mãe vem ficar aqui.
Eu disse isso e comecei a empurrá-lo para longe da minha cama.
-Eu não estou aqui só porque a sua mãe pediu, eu vim porque eu quis, e não foi você que disse que tinha que conversar comigo?
-Foi, mas... por que você quis vir?
-Porque eu queria ficar aqui com você. Eu fiquei tão feliz quando você finalmente acordou!
-Ah! – foi só o que eu consegui dizer. Continuei sem entender porque ele queria estar aqui comigo.
-O que foi Jullie? Você sempre que quer falar algo, você fala de uma vez. Fala logo.
-Eu não quero dizer nada Justin.
-Jullie, você se esqueceu que eu te conheço melhor que qualquer um? Fale logo, é sobre o que você queria conversar comigo?
-Er... Em parte, sim. É sobre o que eu estava querendo conversar com você.
-Então fala o que é. Pode falar, ou você não confia mais em mim?
-Não sei por onde começar.
-Que tal pelo começo?
- É sério Justin!
-Tudo bem, mas fala logo, antes que eu fique louco aqui!
-Ta. O que aconteceu com o motorista que dirigia o carro que me atropelou?
-A sua família entrou em um processo, e como o acidente foi grave, ele pagou uma indenização e depois foi preso. Sua mãe guardou o dinheiro da indenização em uma poupança para quando você sair daqui.
-E... o que exatamente aconteceu comigo?
-Devido à forca da pancada, quando o carro bateu em você, ele quebrou uma perna sua, três costelas e você teve um traumatismo craniano. Então você entrou em coma. E só acordou ontem. O que me lembra, como você sabia que os médicos iam desligar os aparelhos?
-Não sei exatamente, ta tudo embaçado. Eu podia ouvir tudo, então eu ouvi quando você disse para mim.
-É, eu disse, só não tinha certeza de que você estava ouvindo.
-Ainda bem que eu estava ouvindo, senão hoje eu já não estaria mais aqui.
-Não, você não estaria.- ele abaixou a cabeça na grade da mina cama, e eu pude ver uma lagrima caindo no lençol.
-O que foi Justin? – passei a mão pelos seus macios cabelos.
Ele levantou a cabeça e olhou no fundo dos meus olhos, então eu senti como se ele pudesse olhar minha alma.
Ele foi chegando mais perto, e mais perto, quando dei por mim, eu já estava de olhos fechados, e com a boca de Justin colada na minha.
Tanto tempo havia se passado. Mas não a sensação de ter ele perto de mim. Quando nossas bocas se encontraram, foi como se eu finalmente pudesse respirar depois de um longo tempo embaixo d água.
Ele foi parando nosso beijo com vários selinhos.
-Justin, eu...
-Você o que Jullie?
-Eu achei que você tivesse encontrado outra garota, afinal, eu passei cinco meses em coma e... eu pensei que nos seriamos somente amigos.
-Você não me quer mais como seu namorado? – ele fez uma cara que me cortou o coração. Ele havia entendido tudo errado, como sempre.
-Não Justin! Não é isso. Eu achei que depois de todo esse tempo você não quisesse mais nada comigo, esse tempo todo eu dormindo e você ai, com tantas garotas bonitas...
-Eu e outras garotas bonitas? Que garotas Jullie? Eu praticamente não sai desse hospital nos últimos cinco meses. Eu ia para casa e voltava.
-Mas... então depois de todo esse tempo, nada mudou?
-Mudou sim.
-O que?
Não pude disfarça minha cara de tristeza.
*Justin*
-Mas... então depois de todo esse tempo, nada mudou?
-Mudou sim.
-O que?
Ela fez uma cara tão engraçada. Suas sobrancelhas estavam enrugadas e seu lábio inferior se projetava em um biquinho.
-Jullie, claro que tudo mudou. Mas não precisa ficar assim. Mudou porque eu vi que não posso ficar sem você, eu vi como seria doloroso te perder. Mudou porque o que eu sentia por você ficou mais forte do que eu julgava ser possível. Mudou porque agora eu amo você mais que tudo. Mais que a minha própria vida. Eu amo você, entendeu?
Lagrimas escorriam por seu lindo rosto, e um sorriso aparecia em seus lábios. Segurei seu rosto perto do meu e a beijei novamente.
- Também amo você Justin.
Aquelas palavras mudaram meu mundo completamente. Ela havia acordado, ela estava comigo, e dessa vez seria para sempre.
*Alguns meses depois *
-Jullie, quer tomar um sorvete?
-Ah, que tal a gente pegar o carro e pegar um no drive-tru do Mc Donald’s?
-Tudo bem então. – eu disse rindo e lhe dando um selinho.
Meses haviam se passado, Jullie e eu estamos juntos, alugamos um apartamento no centro, e estamos muito felizes. Eu tenho certeza absoluta de que Jullie seria minha futura mulher e futura mãe dos meus filhos, e dessa vez nós tínhamos todo um futuro pela frente. Juntos. Sem duvida nenhuma.
Fim.